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terça-feira, 31 de maio de 2011

Primeira semifinal definida


Roger Federer x Novak Djokovic. A primeira semifinal de Roland Garros 2011 está definida e sem nenhuma surpresa. Deu o esperado e o que todos queriam ver.

Ao contrários dos anos anteriores, Federer não é mais o favorito neste confronto. Não só pelo fato do sérvio estar numa sequência de vitórias sem fim mas também pela sorte estar permanentemente ao lado do número 2 do mundo. Enquanto o suíço estava em quadra jogando as quartas de final contra Gael Monfils, Nole se limitou a ficar no seu quarto acompanhando a partida e comendo um amendoim (rs) pois quis o Deus do tênis que seu adversário, o italiano se machucasse e nem tivesse o trabalho de entrar em quadra para avançar a semifinal.
Novak Djokovic está a uma vitória de alcançar o número 1 do ranking. Se vencer Federer, Nole chega ao posto mais alto independente do resultado de Rafael Nadal.

Contudo, Roger Federer tem jogado o melhor tênis em Paris até agora. O suíço é o único que ainda não perdeu sets e venceu todos seus jogos com um tênis convincente e de alto nível. Contra Monfils, disparou 41 winners, sacou com eficiência e ganhou 77% dos pontos jogados com o primeiro serviço. A confiança do Leão da Montanha está em alta. Além de tudo isto, estamos falando de Roger Federer, o maior tenista da história. Se ele estiver no seu dia, não há Djokovic que o faça parar.

Neste ano, os dois jogaram em três ocasiões, todas vencidas pelo sérvio. É uma das partidas mais aguardadas do major francês. Djokovic com a pressão de se tornar nº 1 do mundo e manter seu ano invicto, Federer sem pressão nenhuma e com grandes chances de escrever mais um capítulo na sua irretocável história. Palpite ? Vou de Federer em 4 sets.

domingo, 29 de maio de 2011

Gran Champions Brasil

Neste final de semana, tive a oportunidade de presenciar o Grand Champions Brasil que ocorreu no belíssimo clube Sociedade Harmonia de Tênis em São Paulo. Um evento muito legal e muito bem organizado que contou grandes jogadores do passado.

Para quem não sabe, o Gran Champions Tour é o circuito de veteranos da ATP. Com etapas em vários países e pela 2ª vez em na capital paulista. Neste ano, os tenistas que compareceram foram o russo Yevgeny Kafelnikov, o austríaco Thomas Muster, o equatoriano Andrés Gomez, da Suécia Thomas Enqvist, o espanhol Carlos Moyá e representando o país sede, Flávio Saretta. Dentre todos estes jogadores, somente Enqvist e Saretta não alcançaram o posto mais alto do ranking e não conquistaram um título de Grand Slam. Porém, o sueco foi nº 4 e vice campeão do Austrália Open.

Reunir tantas estrelas em um único torneio é uma excelente pedida para todos os apaixonados por tênis. Assistir partidas do "professor" Kafelnikov foi realizar um sonho para mim. Um dos maiores rivais de Gustavo Kuerten, o russo sagrou-se campeão de Roland Garros em 1996 e Australian Open em 1999 mas o que sempre mais me encantou é a classe com que ele joga tenis. Assistí-lo é uma aula.

Tive uma breve conversa com o sueco Thomas Enqvist. Vice-campeão do torneio e dono de um tênis muito potente com golpes retos e fundos típicos da escola sueca de tênis, Enqvist é o capitão do time da Suécia na Copa Davis. Perguntei a ele sobre o brasileiro naturalizado sueco Christian Lindell. Disse-me que Lindell tem muito potencial e que logo estará apto para representar o país escandinavo na Davis. Pedi uma opinião também sobre Robin Soderling, se o número 5 do mundo está preparado pra conquistar seu primeiro Slam e bater Nadal novamente no saibro (possível encontro nas quartas de final). Enqvist lembrou que Soderling por duas vezes quase conquistou o major francês e de um ano pra cá melhorou muito seu jogo e está muito perto de ganhar o primeiro Slam seja no saibro ou na quadra rápida.



O que dizer de Carlos Moya ? Realizei um sonho neste fim de semana. Na sexta, já tinha ficado emocionado só de vê-lo atuar. E hoje, não só o vi se consagrar campeão como conversei um pouco com o espanhol. Humilde, o ex-número 1 do mundo e campeão de Roland Garros 1998 me disse que a campanha de Rafael Nadal até agora no Slam francês é normal e que os jogadores vão aprendendo a enfrentá-lo também no saibro. Conhecer Moyá foi mais do que eu esperava. Ídolo, ídolo e ídolo.

Ponto negativo do torneio é ser restrito à imprensa, convidados e associados do clube. Um evento como este poderia ser aberto à venda de ingressos e com certeza todos os dias estaria lotado e não só na final. Infelizmente, isto só contribui para que o tênis continue mais restrito no país. Do resto, muito bem organizado e tênis de alto nível.

Em especial, deixo aqui meus agradecimentos aos grandes amigos: Fábio Leto (www.showdetenis.com.br) e meu coach Alexandre Simoni por me ajudarem a acompanhar o torneio bem de perto. Obrigado, vocês são fodas !

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Não era o dia


É complicado aceitar uma derrota em que se teve várias chances e não conseguiu aproveitar. Mesmo jogando bem abaixo do que pode, ficou claro que a vitória era muito possível para Thomaz Bellucci. O que pesou contra o brasileiro foi seu principal golpe, o saque. Claro que não se pode tirar os méritos de Richard Gasquet, que jogou muito sólido do fundo da quadra e sacou muito bem. Porém, Bellucci sofreu demais para confirmar seus serviços. Acertou 56% do primeiro saque e ganhou 62% desses pontos. Fez apenas três aces ( contra 10 do francês) e cometeu 41 erros não forçados.

Gasquet dominou por completo o brasileiro nos dois primeiros sets e confirmou com certa facilidade em 6/2 e 6/3. Quase sem cometer erros em seu backhand, o cabeça de chave 16 foi firme nas trocas de bolas e contou seguidos erros do brasileiro. No 3º set, o único que Bellucci mostrou tudo o que pode jogar, o tenista paulista foi bastante agressivo e forçando os erros do adversário. Seu aproveitamento de saque subiu para 68%, com apenas três erros não forçados e 10 winners. Thomaz fechou em 6/3 e , com confiança, quebrou o francês logo no início do 4ºset. E ai entra , pra mim, o ponto chave do jogo. Mais uma vez, Bellucci sacou muito mal e não conseguiu consolidar a quebra. A confiança do brasileiro diminuiu e Thomaz não conseguiu aproveitar as chances que teve. Seu aproveitamento de 1º saque foi para 50% e cometeu 10 erros não forçados. Estes números mostram bem o que foi o 4º set.

Contra um jogador talentoso e top 20 do mundo, não se pode perder oportunidades. Bellucci teve chances de levar o jogo para o 5º set mas conseguiu utilizá-las. Um conhecido defeito também fez a diferença: os voleios. O paulista subiu 27 vezes a rede e ganhou apenas 13 pontos. Gasquet chegou a rede 31 vezes e conquistou 26 pontos. Thomaz deixou de ganhar pontos preciosos na rede.

A derrota de Thomaz Bellucci foi bem dolorosa para nós brasileiros e torcedores. A esperança da virada durou até o último ponto. O brasileiro tentou a todo momento buscar uma saída mas hoje, definitivamente, não era seu dia. O saque não ajudou e muitas bolas saíram por pouco. De positivo, fica o visível potencial de Bellucci para alçar maiores resultados. De negativo, fica o gosto amargo da derrota e de não repetir o resultado do ano passado em que Thomaz caiu nas oitavas para Rafael Nadal. Com isto, o número 25 do mundo perderá 90 pontos mas com grandes chances de permanecer entre 0s 30 melhores.

É vida que segue e bola pra frente, Thomaz Bellucci !

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Que venha o francês !


Primeiro de tudo: como é bom escrever sobre um brasileiro com muitas chances de avançar às oitavas de final em Roland Garros. E o melhor de tudo é que Thomaz Bellucci tem passado a tão esperada confiança a nós, torcedores.

O tenista paulista venceu com facilidade e extrema autoridade o italiano Andreas Seppi. Acredito que nem ele esperava uma vitória tão tranquila. Bellucci sacou muito bem durante toda a partida e não deu chances a Seppi. Terminou o jogo com um aproveitamento de 56% de primeiro saque e 88% desses pontos vencidos. Além do mais, não correu o risco de se desgastar muito fisicamente já que a partida durou apenas 90 minutos.

A atuação do brasileiro enche de confiança não só a dele como também de todos os torcedores brasileiros para o duelo da 3ª rodada contra o perigosíssimo tenista francês Richard Gasquet. O talentoso francês é o número 16 do ranking e eliminou Roger Federer em Roma há duas semanas atrás. Porém, Gasquet é conhecido por "pipocar em casa", visto que nunca passou da terceira rodada em Roland Garros. Em entrevista dada esta tarde, o francês apontou Bellucci como um tenista top 10 no saibro, ou seja, já está prevendo a derrota. Rs.
Pode-se dizer que para este jogo não há favorito, mas aposto ,e muito, em uma vitória brasileira. Thomaz Bellucci tem se demonstrado sólido no fundo de quadra e com um saque pra lá de poderoso. Tem que tomar cuidado com o backhand de Gasquet, disparado o mais bonito do circuito e um dos melhores. Vejo com bons olhos uma vitória convincente do brasileiro para repetir sua campanha no ano passado e esperar , nas oitavas de final, o vencedor de Juan Martin Del Potro x Novak Djokovic, duelo imperdível !

O confronto do brasileiro contra o francês acontecerá na sexta-feira e ainda não tem horário definido. É bom o Gasquet estar preparado, porque o Thomaz já mostrou que está.

Vamos Bellucci ! Vamos Brasil !!!!!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Quase a maior surpresa do ano


Faltou apenas 1 set para presenciarmos a maior surpresa do ano. Se Rafael Nadal tivesse perdido logo na estreia em Roland Garros, seria o resultado mais inesperado nos últimos dois anos do mundo do tênis sem nenhuma dúvida.
Como escrevi no post anterior, Nadal já teve chaves mais fáceis em Paris mas sua partida contra o gigante John Isner surpreendeu a todos. Pela primeira vez em sua carreira, Rafa jogou cinco sets em Roland Garros e por pouco quase caiu na estreia de um Grand Slam, fato que jamais aconteceu.

Não tive a oportunidade de assistir a partida desde o início. Acompanhei a partir do tiebreak do 3º set. Até então, acompanhei ponto a ponto no Live Score do site de Roland Garros e já fiquei muito surpreendido por Isner ter vencido um set de Nadal. Quando o jogo foi para o tiebreak do 3º set, fui correndo para a TV mais próxima e disse para o meu amigo: "Será?". Na minha cabeça era inimaginável uma derrota do número 1 do mundo para um jogador que jamais fez algo relevante no saibro. Mas hoje demonstrou o porquê de só os grandes jogadores vencerem Grand Slam. Isner venceu dois sets com autoridade e encurralou Nadal, porém seu fôlego acabou. Em melhores de cinco sets, os tops quase sempre vencem. É essa a diferença de um Master 1000 para um Slam. Nadal se demonstrou muito mais inteiro tanto físico quanto psicologicamente, dominou o americano no 4º set e aproveitou a chance que teve no 5º para selar sua vitória mais suada no Major francês.

Bom teste para o número 1 do mundo. Diferente dos anos anteriores que quase nunca perdeu set, nesta edição já perdeu dois e teve a experiência nova de jogar cinco sets em Roland Garros. Já para John Isner, atuação surpreendente e como disse o Fininho em seu blog: "Isner mostrou para os outros que não existe essa coisa de cara imbatível".


Todos os demais tops tiveram vitórias tranquilas. A zebra da primeira rodada foi a eliminação precoce do tcheco Tomas Berdych, semifinalista no ano passado. O nº 6 do ranking perdeu para o francês Stephane Robert, 31 anos e apenas 140 do ranking mundial.

Amanhã, Thomaz Bellucci, que teve boa vitória na estreia, entra em quadra por volta das 10h na quadra 6. A ESPN deve transmitir a partida do brasileiro contra o italiano Andreas Seppi. Bellucci é favorito, no entanto, é bom entrar em quadra bem atento as bolas retas do 51 do mundo.
Editado: esqueci de comentar a outra zebra da primeira rodada, a derrota de Nícolas Almagro. O espanhol, especialista em saibro e na sua melhor fase da carreira, surpreendeu a todos ao perder para o polonês Lukas Kubot, 122 do mundo, em cinco sets. Almagro conquistou o torneio de Nice na semana passada, além de outros três títulos no saibro.O nº 12 do ranking defendia as quartas de final em Roland Garros.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Roland Garros, finalmente !


Não é preciso explicar o porquê do brasileiro ter uma ligação tão forte com Roland Garros. Além do tri-campeonato do eterno Guga Kuerten, o saibro parisiense costuma dar sorte para os outros brasileiros. Fernando Meligeni alcançou a semi final em 1999. Jaime Oncins bateu o americano ex-número 1 do mundo Ivan Lendl em 1992 e foi vice-campeão de duplas mistas em 2001. Marcelo Melo também foi vice-campeão em duplas mistas em 2009. Ano passado, a dupla brasileira formada por Bruno Soares e Marcelo Melo eliminaram a dupla favorita ao título, os irmãos Bryan. É bom lembrar, também, que ano passado Thomaz Bellucci obteve seu melhor desempenho em um Grand Slam. Chegou às oitavas de final e foi eliminado por Rafael Nadal.

O sorteio da chave principal ocorreu hoje. Para Thomaz Bellucci, o sorteio foi bom. Para Ricardo Mello, nem tanto. Vejamos as chances de cada um e dos top 4 :

Ricardo Mello: como afirmei, o tenista campineiro não contou muito com a sorte e logo de cara desafia o americano número 10 do ranking, Mardy Fish. Jogar contra um top 10 é sempre complicado mas vejo com bons olhos a chance da zebra aparecer. O tenista americano é muito talentoso mas não um especialista no saibro. Como afirmou Mello, "é o melhor piso para jogar contra ele". No confronto direto, está empatado com uma vitória para cada lado.

Thomaz Bellucci: cabeça de chave número 23, o paulista de Tietê tem chances de repetir seu resultado do ano passado. Na estreia, enfrenta o casaque Andrey Golubev, 45. A segunda rodada requer um pouco mais de cuidado se o adversário for o italiano Andreas Seppi. Na terceira fase, Bellucci poderá encontrar o francês Richard Gasquet, cabeça número 13. Duelo interessante em que aposto no brasileiro. Quem passar para as oitavas, deve encarar o "invencível" Novak Djokovic.

Rafael Nadal: o espanhol já teve chaves mais fáceis em sua história em Roland Garros. Estreia contra o americano John Isner que , no saibro, não leva tanto perigo. Segunda rodada provável contra o colombiano Santiago Giraldo. E na terceira, o que pode ser um duelo equilibrado, o russo Nikolay Davydenko. Mas o número 1 do mundo mesmo deve , de fato, se preocupar com as quartas de final diante do sueco Robin Soderling, único jogador a vencer Rafa em Paris.
Novak Djokovic: treinos de luxo até a terceira rodada em que pode encontrar o argentino Juan Martin Del Potro. Se Delpo estivesse 100% fisicamente, seria um baita confronto, digno de cinco sets. Mas o argentino está longe de sua melhor forma física portanto não deve aguentar o ritmo alucinante de Djoko. É difícil imaginar o sérvio caindo antes da semi quando pode encontrar Roger Federer.

Roger Federer: o suíço tem a estreia mais complicada entre os tops. Enfrenta o sempre perigoso espanhol Feliciano López que quase o eliminou em Madri há três semanas. Se passar, tem caminho tranquilo até as oitavas quando pode encontrar Wawrinka ou Tsonga. Nas quartas, tem tudo para enfrentar outro espanhol, David Ferrer. Quando se fala de Federer é sempre a mesma coisa: só depende dele.

Andy Murray: o escocês que ficou a um game de encerrar a invencibilidade de Novak Djokovic em Roma tem caminho fácil a ser percorrido até as oitavas de final em que pode encontrar o ucraniano Alexander Dolgopolov. Se passar, nas quartas há grandes chances de enfrentar Jurgen Melzer ou Nícolas Almagro. Minha aposta é que Murray alcance a semi e encontre Rafael Nadal.

O blog não acompanhará todos os jogos do major francês pelo simples fato de grande maioria dos jogos ocorrerem de manhã durante o período em que este blogueiro está na faculdade. Farei o possível e impossível para assistir o máximo de partidas para poder comentar aqui. Obrigado a todos pela audiência do blog até este momento. Estou surpreso. São quase 3.000 acessos em menos de 5 meses de vida. Obrigado ! Vamooooooooos !


domingo, 15 de maio de 2011

Precisa dizer mais alguma coisa ?


Falar sobre Novak Djokovic neste ano é mais do que chover no molhado. Não encontro mais adjetivos para o insuperável sérvio. O número dois do mundo não se cansa de ganhar nem de dar espetáculo em quadra. Nole tem feito aquilo que muitos questionaram: é possível ser superior a Rafael Nadal no saibro ? Hoje, com certeza, a resposta é sim. Foram dois encontros e em ambos Djoko foi infinitamente superior. Não perdeu nenhum set e ainda mostrou a Nadal que , se não encontrar uma tática diferente, irá perder de novo.

Em sua entrevista após o jogo, Nole afirmou que evitou pensar até quando seu físico iria suportar após a batalha contra Andy Murray de três horas de duração. Durante a partida, demonstrou sinais de cansaço que foram superados pelo seu estilo de jogo completamente agressivo. Como disse antes no post anterior: o Djokovic do saibro não mudou nada em relação ao Djokovic da quadra rápida. Agressivo o tempo todo.

A missão do número dois do mundo no saibro está praticamente completa. O importante era somar o máximo de pontos possíveis para tomar a liderança do espanhol no retorno às quadras rápidas. Mas com esta campanha impecável na terra batida, Djokovic poderá ser o líder do ranking mesmo sem ganhar Roland Garros. Basta o sérvio chegar a final, independente do resultado de Rafael Nadal. Para o espanhol, é preciso ser campeão contra qualquer adversário na decisão, menos o sérvio. Ou seja, tudo caminha para que a justiça seja feita: o melhor tenista da atualidade assumir o posto de número um do mundo.

São 39 vitórias consecutivas, dentre elas três vitórias contra Roger Federer e quatro decisões vencidas em cima de Rafael Nadal. Precisa dizer mais alguma coisa ?

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Com os pés no chão


Bastou uma semana brilhante de Thomaz Bellucci para voltar as comparações com Gustavo Kuerten. Ontem, antes de sua partida em Roma, li uma entrevista bem legal da Folha Online com o técnico Larri Passos. E no meio desta, havia a pergunta: "Ele (Bellucci) é um novo Guga então?". Logo quando li, achei extremamente desnecessária esta indagação. E um jornalista que acompanha tênis de perto saberia que não vem ao caso fazer este tipo de comparações. Guga já é consagrado na história do tênis mundial. Bellucci busca entrar para esta história e por mais brilhante que ainda possa ser, não vai ser um "novo Guga". Continuará sendo Thomaz Bellucci. Sou do tipo de gente que não gosta destas comparações e que não é boa para ninguém, muito menos para o Thomaz que busca fugir da "sombra" do ex-número 1 do mundo.

Mal terminei de ler a entrevista e me deparo com a atuação do brasileiro diante do qualifier,148º, Paolo Lorenzi. Nem de longe era aquele tenista da semana passada que se intrometeu entre os grandes. Como bem definiu o jornalista José Nilton Dalcin: "mais uma lição na vida de Thomaz".
Era visível o desânimo e o desgaste físico do 22º do mundo. Como o próprio alegou, por pouco não entrou em quadra por não ter condições.
Thomaz Bellucci já nos provou semana passada que se estiver 100% físico e mentalmente pode se meter entre os grandes e fazer frente a qualquer um no saibro. A derrota de ontem não é para desespero. Faz parte do mundo do esporte. Serve de lição tanto para nós não o compararmos com Guga como não acreditar no tenista paulista.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Questão de Tempo




Faltava uma vitória para Novak Djokovic confirmar sua ascensão e superioridade em relação ao seus adversários neste ano.Após este final de semana, não falta mais. A conquista de Djokovic em cima de Rafael Nadal, em Madrid e no saibro, só desperta ainda mais espanto e curiosidade para saber quando vai parar esta longa série de vitórias do número 2 do mundo. Já são 34 triunfos consecutivos.
Não houve diferença entre o Djokovic da quadra rápida com o Djokovic do saibro. Nos últimos três confrontos entre os dois, Nole utilizou a mesma tática, independente do piso. Foi agressivo o tempo todo. Seu forehand atropela quem aparece na frente. As bolas altas disparadas por Nadal nos backhands de seus adversários pouco incomodaram Novak Djokovic. Com um backhand afiadíssimo, o sérvio balançou o número 1 do mundo de um lado para o outro e finalizava os pontos com winners. Se na quadra rápida, Nole precisava de cinco bolas para chegar ao winner, no saibro a diferença era que ele precisava de 10.

Falar de Djokovic no atual momento é chover no molhado. Só o que mais me impressiona era que ele não estava nem ai se do outro lado era o Nadal no saibro. Confiante, com sangue nos olhos e muita vontade, Nole faz por merecer o posto de 1º do ranking. Fato que pode ocorrer esta semana. Para isso, o sérvio precisa ser campeão e Nadal cair antes das semifinais.

O topo do ranking parece ser questão de tempo para Novak Djokovic.


Estreia em Roma:

Thomaz Bellucci subiu 14 posições no ranking e ocupa o posto de 22º após a brilhante campanha no Master 1000 de Madri. O paulista estreia amanhã às 11h em Roma contra o qualifier iatliano Paolo Lorenzi, 148º do ranking. Se passar, Bellucci terá pela frente o número 1 do ranking, Rafael Nadal. Seria muito bom ver como se portaria o brasileiro, cheio de confiança, jogando contra o espanhol no saibro.

sábado, 7 de maio de 2011

A emoção que há anos eu não sentia



Há anos não me emocionava com um torneio ou uma partida de tênis. Acompanhei quase todos os jogos de todos os maiores torneios nos últimos cinco anos mas sempre torcendo para "estrangeiros". Tinha um brasileiro ou outro que furava o qualy e disputava a primeira rodada mas nunca dava para assistir pois a maioria das partidas eram nas quadras sem transmissão de TV. Por pelo menos quatro anos, o tênis brasileiro viveu um ostracismo. Sem um jogador entre os 50 melhores do mundo e o mais triste, para nós torcedores, sem ninguém para torcer nos torneios de grande porte. Mas esta semana deu-se início a uma nova fase. Thomaz Bellucci entrou em um novo patamar. Subiu muitos degraus e mostrou ao mundo e a nós brasileiros que merece SIM estar entre os 30 melhores tenistas e que pode SIM ser um jogador top 15.

O nível de jogo demonstrado pelo brasileiro foi elevadíssimo. Atropelou o número 4 e 7 do ranking. Fez Djokovic jogar ao extremo e por detalhes não acabou com a invencibilidade do sérvio. Ao contrário de outros posts, não vou comentar as estatísticas do paulista. O que importa é que temos um atleta top que pode fazer frente a qualquer outro tenista do circuito.

Estava com saudades de reunir os amigos em casa para assistir a um tenista brasileiro, de sentir aquela emoção que por tantos anos se escondeu e agora voltou com tudo. Estava com saudades de ver pessoas que não sabem nem o que é um Break Point comentando de tênis, me perguntando: "você viu os resultados daquele brasileiro?". De ouvir na TV um "VAMOS" e não um "Come on". Saudades de um final de semana em que o tênis é mais importante que o futebol. De olhar para os nomes dos finalistas e ver do lado do nome do tenista a sigla BRA no meio daqueles "seres de outro universo".

Obrigado Thomaz Bellucci. A sua derrota para Novak Djokovic é a maior vitória na sua carreira até agora, porque deu pra perceber que maiores virão.

Aquela emoção que eu não sentia voltou e voltou para ficar por muitos anos.

Obrigado Thomaz Bellucci !

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Surpreendente Bellucci !


Enfim, a vitória que faltava aconteceu. Thomaz Bellucci jogou como nunca e dominou o número 4 do mundo, o britânico Andy Murray. O brasileiro surpreendeu a todos com tamanha solidez demonstrada durante todo o jogo. Em nenhum momento abaixou a guarda ou perdeu a cabeça. Com um psicológico de campeão, Bellucci não deu chances a Murray, conseguiu a maior vitória em sua carreira e provou a todos que ainda tem talento para ir um pouco mais longe.

Partida irretocável do tenista brasileiro. Teve um aproveitamento de 63% de 1º saque e conquistou 81% dos pontos jogados com ele, um total de 29 pontos vencidos em 36 disputados. Com o segundo serviço, Bellucci ganhou 52% dos pontos. Cedeu apenas três break points e os salvou sempre com pontos muitíssimos bem jogados. Disparou 23 winners contra 14 de Murray. E hoje até quando subiu a rede Thomaz foi bem, ganhou seis pontos em 10 subidas na rede.No bom português: o brasileiro atropelou o britânico. Com esta vitória, o tenista canhoto praticamente assegurou vaga entre os cabeças-de-chave de Roland Garros. Demonstrou agressividade e muita personalidade.

Confesso que pulei aqui durante o match point de tanta felicidade e me emocionei ao ver Larri Passos comemorando ao seu tradicional estilo, beijo na camiseta e aponta para o céu. Thomaz Bellucci é um cara legal e trabalhador, merecia um resultado desse. Desde 2004, um brasileiro não vencia um jogador top 5. O último, pra variar, foi Guga em Roland Garros quando deu aquela "entubada" no Roger Federer.

Na próxima rodada, amanhã ,Bellucci encara o tcheco Tomas Berdych. Outro jogo duríssimo mas o brasileiro confirmou hoje que tem potencial para vencer os tops.

O Brasil agradece !

Hoje, a zebra é brasileira !!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Palpites sobre a temporada no saibro

Iniciou nesta semana o segundo Master 1000 no saibro do ano em Madrid. Pela primeira vez podemos testar a invencibilidade de Novak Djokovic na terra batida (o sérvio foi campeão em Belgrado mas praticamente não conta). E Nole não será testado apenas por Rafael Nadal. Para chegar a final na Espanha, o número 2 do mundo deve encontrar o guerreiro David Ferrer. Jogo duríssimo.

Abaixo, vou dar meus palpites sobre os jogadores que podem "estragar" a tão aguardada final entre Rafael Nadal e Novak Djokovic no piso lento.

Roger Federer: jamais pode ser deixado de lado. Se sua fase não é tão brilhante como antes, o suíço continua sendo o melhor tenista da história e ,convenhamos, chega ser absurdo dizer que Fed está em uma fase ruim quando ele ainda é o número 3 do ranking. Pra mim, o Leão da Montanha sempre depende dele para vencer os jogos. Caso esteja num dia excelente, ninguém o para.

Andy Murray: o escocês deu trabalho para Nadal em Monte Carlo. Ganhou set e se não estivesse contudido, poderia até sair com a vitória. Particularmente, sou fan do tênis de Murray. Talentosíssimo, vejo condições do número 4 do mundo vencer os "imparáveis" Novak Djokovic e Rafa Nadal.

Robin Soderling: duas finais seguidas em Roland Garros. Em 2009, parou Rafael Nadal nas quartas. Já em 2010, foi a vez de eliminar Roger Federer também nas quartas de finais. Em 2011, o sueco já conquistou três títulos. Nenhum dos jogadores gostam de ter pela frente Soderling pois sabem o tamanho do perigo que é enfrentá-lo.

David Ferrer: especialista no saibro e freguês de Rafael Nadal. Ferrer pode aprontar pra cima dos tops mas não vejo cacife para vencer seu compatriota Nadal. Atual número 6 do mundo, Ferrer vem de bons resultados no saibro. Venceu o ATP 500 de Acapulco e dois vice-campenatos, Monte Carlo e Barcelona. Ambas derrotas vieram para Rafael Nadal.

Nícolas Almagro: mais um espanhol. Atravessa o melhor momento da carreira e pela primeira vez aparece entre os 10 melhores jogadores do mundo. Almagro tem muito talento e potência nos golpes. Conquistou os ATPs de Buenos Aires e Costa do Sauípe, todos disputados na terra batida. Com confiança e no saibro, pode dar muito trabalho para qualquer um.

Gael Monfils: que o francês tem talento para vencer qualquer um, todo mundo sabe. Agora se vai ter cabeça pra enfrentar os favoritos, ai já é um mistério. Gael é marrento porém um show man. Proporciona lances brilhantes e ao mesmo tempo entrega o jogo rapidamente. Com a cabeça no lugar, o número 10 do mundo deve atrapalhar os adversários.

Juan Martin Del Potro: em minha opinião, é o jogador que mais tem potencial para vencer Rafael Nadal e Novak Djokovic. Delpo está perto de sua melhor forma. Neste final de semana, venceu o ATP de Estoril em cima do espanhol Fernando Verdasco sem muitas dificuldades. Pelo fato de ocupar apenas o posto 32º do ranking, o argentino deve enfrentar os tops já nas primeiras rodadas. Há grandes chances de encarar Nadal logo nas oitavas de final de Madrid. Esse é um jogo que quero muito ver. Aposto muito em uma brilhante campanha de Delpo no saibro.

Nikolay Davydenko: o início de temporada do russo foi decepcionante. Nas últimas semanas, Davydenko parece ter recuperado um pouco do seu tênis que o levou a ser campeão do ATP Finals em 2009. Não aposto que será campeão mas tem totais chances de despachar um top antes da hora.

Estes são os nomes em que aposto para uma possível vitória diante de Rafael Nadal ou Novak Djokovic, o que estragaria a vontade de todos de ver os dois melhores jogadores do circuito se enfrentando na terra batida.
Quem tiver outro nome ou discordar de minha opinião, é só escrever nos comentários que irei ler com o maior prazer.

Boa semana a todos !