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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Muito obrigado, Marcos Daniel !


Hoje se confirmou a notícia que todos esperávamos, infelizmente. Aos 32 anos, o tenista gaúcho Marcos Daniel anunciou sua aposentadoria.Vítima de uma série de contusões, Daniel ficou três meses parado este ano graças a uma fratura por estresse na clávicula além do problema no joelho que o fez abandonar a partida contra Rafael Nadal no Australian Open.

Para aqueles que não acompanham de perto o circuito do tênis, mal devem ter ouvido falar sobre Marcos Daniel. Porém, quem conhece, é fã do gaúcho mesmo sabendo que não conquistou nenhum título relevante ou alguma vitória sobre um jogador top 15.

Nunca tive a oportunidade de conversar pessoalmente com Daniel mas é fácil perceber pelas entrevistas e twitter o tão carismático que é além de ser extremamente batalhador,dedicado e esforçado. Marcos Daniel é o típico tenista que chegou entre os 100 melhores do mundo graças a seu esforço. Jamais teve um grande patrocinador para arcar com suas despesas e também não teve um treinador consagrado viajando exclusivamente ao seu lado. Daniel batalhou e com 31 anos alcançou seu melhor ranking, o 56º posto.

É o brasileiro com maior números de títulos em torneios Challengers. São 22 finais e 14 triunfos conquistados, sendo oito deles em Bogotá, na Colômbia, o que gerou o apelido de "Rei da Colômbia". No saibro colombiano, Daniel obteve uma impressionante série invicta de 22 de jogos.
Em torneios de nível ATP Tour, sua melhor campanha foi em Gstaad 2009 quando alcançou as semifinais. Já em Grand Slam, o melhor resultado foi a segunda rodada em Roland Garros 2008.
Em 14 anos como tenista profissional, Daniel conquistou mais de um milhão de dólares em premiação. Feito que poucos jogadores brasileiros conseguiram.
Marquito Daniel pretende jogar Roland Garros pela última vez este ano. Depende de três desistência para entrar na chave principal. Após o Slam em Paris, Marcos deve jogar seu último torneio na Colômbia para manter o seu "reinado".

Marcos Daniel sempre se superou. Chegou ao seu limite mas deixou-nos um baita exemplo de perseverança. Do lado de fora das quadras, poderá contribuir ainda mais para o tênis brasileiro que precisa de pessoas com excelente caráter, batalhadoras e com poder de superação.
MUITO OBRIGADO, MARCOS DANIEL !

terça-feira, 26 de abril de 2011

Soberania Espanhola

Chega a impressionar a facilidade com que Rafael Nadal vence os torneios no saibro. Nas últimas duas semanas, Rafa realizou treinos de luxo no Master 1000 de Monte Carlo e no ATP 500 de Barcelona. A superioridade é tamanha que os adversários comemoram quando conseguem roubar um set do número 1 do mundo.

A Espanha atravessa um momento fascinante no esporte. Conta com 13 tenistas entre os 100 melhores do mundo, sendo três no top 10. A soberania espanhola assusta ainda mais quando se trata de torneios jogados na terra batida.

Por curiosidade, fiz uma breve pesquisa sobre os campeões das principais competições disputadas no saibro em 2010. Pesquisei 11 torneios(quatro da série ATP 250, três da ATP 500,três Master 1000 e Roland Garros) . Deste 11, em 10 ocasiões os campeões foram espanhóis. A única exceção aconteceu no ATP 500 de Hamburgo em que o casaquistão Andrey Golubev faturou o título. Aliás, este também é o único torneio que nos últimos dois anos (2009 e 2010) não teve um campeão espanhol.

Já em 2011, a soberania espanhola continua. Na turnê latino americana disputada na terra batida, Nícolas Almagro venceu na Costa do Sauípe e em Buenos Aires. Em Acapulco, David Ferrer conquistou o bi campeonato. E na recente temporada europeia, Rafa Nadal levou o caneco para casa sem maiores problemas.

Aqui vai a lista dos torneios apurados:
Série ATP 250:
Aberto de Casablanca, Marrocos: 2011- Pablo Andujar (ESP). 2010- Stanilas Wawrinka (SUI). 2009 - Juan Carlos Ferreiro (ESP).
Aberto de Costa do Sauípe, Brasil: 2011- Nícolas Almagro(ESP). 2010- Juan Carlos Ferreiro(ESP). 2009 - Tommy Robredo( ESP).
Aberto de Buenos Aires, Argentina: 2011- Nícolas Almagro(ESP). 2010 - Juan Carlos Ferreiro(ESP). 2009- Tommy Robredo(ESP).
Aberto de Estoril, Portugal: 2010- Albert Montañes(ESP). 2010- Albert Montañes(ESP).
Série ATP 500:
Aberto de Acapulco, México: 2011- David Ferrer(ESP). 2010- David Ferrer(ESP). 2009- Nícolas Almagro(ESP).
Aberto de Barcelona, Espanha: 2011- Rafael Nadal(ESP). 2010- Fernando Verdasco(ESP). 2009- Rafael Nadal(ESP).
Aberto de Hamburgo, Alemanha: 2010- Andrey Golubev(CAZ). 2009- Nikolay Davydenko(RUS)
Série Master 1000:
Aberto de Monte Carlo, Mônaco: 2011- Rafael Nadal(ESP). 2010- Rafael Nadal(ESP). 2009- Rafael Nadal(ESP).
Aberto de Roma, Itália: 2010- Rafael Nadal(ESP). 2009- Rafael Nadal (ESP).
Aberto de Madrid, Espanha: 2010- Rafael Nadal(ESP). 2009- Roger Federer (SUI).

Roland Garros: 2010- Rafael Nadal(ESP). 2009- Roger Federer (SUI).



ps: não inclui todos os torneios ATP 250 disputados no saibro.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ainda bem que temos Thomaz Bellucci


"Pela terceira vez consecutiva, o paulista Thomaz Bellucci parou logo na estreia. Nesta segunda-feira, o algoz da vez foi o colombiano Santiago Giraldo(54 do ranking), que tratou de eliminar o número 1 do Brasil e 31 do mundo do ATP 500 de Barcelona, com vitórias em sets diretos, parciais de 7/5 e 6/3, em 1h46 de confronto." - TenisBrasil.com.br

Bem, o que dizer sobre Bellucci ? Tá com saúde,já tem mais de 1 milhão de dólares em premiação e dias melhores virão com certeza. Não espero uma final de Roland Garros, Master 1000 ou um lugar entre os 15 melhores do mundo. Gosto e torço muito pro Thomaz e agradeço por ter alguém para torcer nos principais torneios do circuito.
Se tivéssemos mais "Thomaz Belluci", o paulista de Tietê não levaria tanta responsabilidade consigo, jogaria mais relaxado e dividiria a pressão por resultados para o Brasil. É normal críticar seus resultados já que até mesmo o tenista canhoto os reconhece como frustrantes. Por outro lado, é bom lembrar que o nosso número 1 só chegou aonde está devido ao seu esforço, dedicação e talento. Não temos Centro Formadores de Tenistas. Não temos sequer um Centro de Treinamento ou qualquer outra coisa. O tênis já é um esporte individual e no Brasil se torna mais individual ainda. Portanto, temos que reconhecer todos os feitos do Bellucci até agora e não focar sempre em suas derrotas.

Ainda bem que temos Thomaz Bellucci. Como o próprio disse, dias melhores virão.

sábado, 16 de abril de 2011

Enfim, Murray dá sinal de vida


Caso você ainda não saiba o resultado, já aviso logo de cara: não, Andy Murray não venceu Rafael Nadal no saibro em Monte Carlo. E se você acha que eu vou fazer um post sobre o espanhol em mais uma final na terra batida, também aviso que não vou fazer. O que vou escrever é a respeito do "retorno" do escocês ao circuito.

Desde a final do Australian Open, Murray iniciou uma longa viagem ao mundo da Lua e não obteve nenhuma vitória sequer até chegar no Master 1000 de Monte Carlo.No saibro, superfície que menos o agrada, o número 4 do mundo reencontrou seu belo tênis, alcançou a semifinal e deu muito trabalho para Nadal. Foram duas horas e 58 minutos de partida e conseguiu tirar um set do Toro Miúra.
Sempre defendi a tese de que Murray tem jogo para fazer frente a qualquer um até mesmo no saibro. Hoje, mesmo com uma lesão no cotovelo, mostrou que pode obter melhores resultados na terra batida. Bom para o escocês, para o circuito e para o tênis !

Final de Monte Carlo
Duelo de espanhois. David Ferrer faz uma belíssima temporada e vem em busca de seu maior título na carreira. Terá que parar seu compatriota, número 1 do mundo, Rafael Nadal. Dois especialistas em saibro. Nadal obviamente é o favorito mas se Ferrer conseguir ser um pouco mais agressivo , tem chances de surpreender.

Bruno Soares
O brasileiro Bruno Soares está na final de duplas do Master de Monte Carlo. Como seu parceiro, Marcelo Melo, está contudido,Bruno tem jogado ao lado do argentino Juan Ignacio Chela. É primeira decisão de master na carreira do mineiro e o 1º brasileiro , desde Gustavo Kuerten em 2003, a disputar uma decisão de torneio deste porte. A decisão será contra a dupla número 1 do mundo, os irmãos Bob e Mike Bryan.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Entrevista com o ex-tenista Fernando Meligeni !


Fernando Meligeni foi um dos maiores tenistas do Brasil, seu melhor ranking foi o posto de 25º do mundo. Em termos de resultados, está apenas atrás de Gustavo Kuerten.
Fininho, como é conhecido, conquistou três títulos de nível ATP. Foi quarto lugar na Olimpíadas de 1996 em Atlanta e fez semifinal em Roland Garros , um dos quatro maiores torneios de tênis, em 1999. Neste mesmo ano, Fino derrotou um dos maiores tenistas de todos os tempos, o americano Pete Sampras. Em sua última partida da carreira, Fininho foi campeão dos Jogos Pan Americanos de Santo Domingo vencendo o chileno Marcelo Rios, ex nº1 do mundo. Para quem tiver a oportunidade de um dia trocar uma idéia com ele, perceberá que Fino não é um exemplo só como atleta, mas também como pessoa.
Desde já deixo meus agradecimentos ao Fino por ter aceitado ceder esta entrevista. Obrigado Fininho !
Entrevista feita por Marcelo Bechara Frange.


1-“ Fernando, se você não tem mais pernas, vença com o coração.” Esta frase foi dita pelo seu preparador físico no 1º torneio valendo dinheiro que você disputou com apenas 15 anos. Pode-se dizer que esta frase resume o que foi sua carreira? Sempre batalhador, dando 100% em todas as partidas.

Fernando Meligeni: Com certeza, aprendi isso pequeno e percebi que temos que lutar sempre pelos nossos objetivos. Ninguém te dá nada de graça nesta vida e só com a técnica não ganhamos.

2- E você deve saber que essa frase tem um grande peso de influência em todos os atletas, sejam profissionais ou de final de semana. Eu mesmo sou um deles.

FM: Fico feliz de saber que de alguma maneira, eu posso ajudar ou motivar as pessoas. Não penso nisso mas me deixa muito feliz.

3- Aos 18 anos de idade, você era o número 3 do mundo do ranking juvenil. Sentiu pressão no delicado momento de transição do juvenil para o profissional?

FM: Com certeza , foi o momento mais complicado para mim. Cheguei a ser número 1 do mundo juvenil e na semana seguinte eu não era ninguém no profissional e tomava porrada toda semana. Tive sorte de ter um grande técnico que me ajudou muito nessa época, Daniel Mussacchio.

4- Em 1999, você alcançou a semifinal de Roland Garros. Quadra central lotada, o mundo do tênis grudado em você e no seu adversário. Como é a preparação para uma partida desta importância ? O que passa na cabeça de um jogador quando se chega a jogos decisivos em Grand Slam ?

FM: Acho que você vai se preparando para isso. Começa jogando para ninguém, depois começa a jogar para 10 pessoas, 100,1000 e um dia ,se estiver jogando bem, joga na Central de Roland Garros para 15.000 tendo que fazer bonito.

5- Nas suas derrotas mais doloridas, estão as semifinais das Olimpíadas em 1996 e em Roland Garros 1999. Se pudesse escolher uma dessas para jogar novamente e mudar o resultado. Qual escolheria ?

FM: A das Olimpíadas sem dúvida nenhuma. Na outra, teria mais dinheiro no bolso mas eu queria demais uma medalha olímpica. Escapou por pouco.

6- Fino, com certeza você é um dos jogadores que mais ama a Copa Davis. Qual a sensação de representar o Brasil na maior competição entre países do tênis ?

FM: Copa Davis é tudo, cara. Não é querer se promover, querer dar uma de patriota. O astral é único. A pressão é gigante e você representa o país. Eu vivi momentos incríveis na Davis. É uma das coisas mais legais de ser tenista.

7- Recentemente, o brasileiro Thomaz Bellucci fez uma bela campanha no importante torneio de Acapulco e venceu o numero 9º do mundo, Fernando Verdasco. Sei que é cedo, mas como você avalia esse começo de trabalho da dupla Bellucci & Larri Passos ? Até onde acha que Thomaz pode chegar ?

FM: Difícil dizer, só o tempo vai mostrar se o Thomaz vai conseguir assimilar o que o Larri quer. Não porque um técnico é bom que o atleta se dá bem com ele. Espero que eles se entendam. É importante isso. Melhor esperar para dizer se deu ou não deu certo.

8- A Suécia possui apenas 1 jogador entre os 100 melhores, Rússia com 4, a atual campeã da Copa Davis,a Sérvia também conta com apenas 3 jogadores entre o 100 do ranking e o Brasil, atualmente, conta com 3. Como você avalia o atual momento do tênis brasileiro ? Enxerga um futuro promissor ?

FM: Acho que estamos como sempre tivemos. Tirando a época em que o Guga foi número 1 do mundo, sempre tivemos 2 ou 3 entre os 100 e 1 entre os 50 melhores do mundo. Hoje existe mais dinheiro na base e mais dinheiro na Federação. Espero que seja muito bem usado e que tenhamos resultados logo.

9– Além da semi em Roland Garros, em 1999 você também venceu um dos ou o maior atleta de todos os tempos, o americano Pete Sampras. Tem como explicar o que passava na sua cabeça logo após a histórica vitória?

FM: Pete Sampras foi o cara que todos sonhavam vencer. Ele era, foi e continua sendo um mito do tênis. Ganhara dele em qualquer quadra ou situação é uma demonstração de que o cara que jogava contra ele sabia o que estava fazendo. Você se sente nas nuvens depois de vitórias assim. Pena que dura pouco e no dia seguinte se você bobear toma uma porrada e volta pra realidade.

10 – No seu livro, você afirma que faz parte daqueles 1% que conheceram Gustavo Kuerten antes dele virar um fenômeno. Conte-nos um pouco da sua relação com ele dentro e fora das quadras, já que ganharam 5 títulos de duplas juntos.

FM: Ele era e é um cara legal. Muito na boa. Fazem uma idéia de que, porque o cara é o fenômeno, ele tem que ser diferente. Ele é bagunceiro, brincalhão e gosta das coisas boas da vida. Nós convivemos muito e demos boas risadas.

11- Por que o tênis ainda não consegue atrair tantos patrocinadores no Brasil ?

FM: Não vejo culpa dos patrocinadores. Você tem que entregar mais que pede, mais que promete e mostrar que o tênis é rentável. Temos boas promotoras que tem seus bons promotores, mas temos muitos cabeças de bagre que não entregam o que prometem. Por isso, muitos patrocinadores fogem.

12 - O que esperar do governo Dilma em relação ao esporte ?

FM: Que ela faça, que ela perceba a importância e o dever dela em fazer o esporte acontecer. O partido dela assumiu uma responsabilidade enorme com o país e o mundo que vai fazer Copa do Mundo e Olimpíada. Ela tem que ajudar e mostrar ao mundo que o Brasil é capaz de fazer.

13- Quais suas expectativas sobre as Olimpíadas de 2016 em relação aos bastidores e qual, você acha, que será a influência do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, nessa questão?

FM: Espero que seja legal. Tenho medo que só pense na estrutura, nos locais e se esqueça de que quem faz acontecer é o esportista. Não vejo uma política séria para o desenvolvimento de atletas. Da maneira que se faz hoje, não teremos bons resultados no Rio.

14- O COB pretende construir um complexo de 16 quadras para as Olimpíadas, sendo a quadra central com capacidade para 10.000 espectadores. Se bem executado, acredita que , por conta desse novo complexo, o Brasil seria capaz de sediar um ATP 500 ou até mesmo, quem sabe, um Master 1000 ?

FM: Primeira coisa importante é que este complexo fique depois da Olimpíada. Não adianta montar e logo em seguida destruir, como se fez no Pan.

15- Se Federer e Nadal jogassem na sua época enfrentando grandes campeões como Pete Sampras, André Agassi, Guga, Kafelnikov, Rafter entre outros, acredita que eles conquistariam tantos Grand Slam que nem hoje ?

FM: Não. Sem dúvida nenhuma eles teriam muito mais dificuldade.


Relevante: hoje, 12 de Abril, é aniversário do Fininho ! Parabéns Fino ! Muitos anos de vida, saúde, sucesso ( mais do que já tem) e que você continue sendo este exemplo de atleta e pessoa. O Brasil se orgulha de ter pessoas como você ! Parabéns !!


ps: esta entrevista também foi publicada no jornal da faculdade ESPM.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ganhar para perder ?


Por muito pouco, Tiago Fernandes não conquistou seu primeiro título no circuito profissional. Maior promessa do tênis brasileiro, o alagoano de 18 anos entrou como convidado no Challenger de Pernambuco Brasil Series Open, que distribui não só US$ 5 mil em prêmios mas também uma vaga na chave principal do Brasil Open.

Na semifinal, Tiago eliminou de virada o experiente jogador brasileiro Júlio Silva, 30 anos e cabeça 4 do torneio em 2h e 30 minutos de partida. Parciais de 2/6, 7/5 e 7/6(2). A partida começou as 10h30 de domingo mas foi interrompida por causa da chuva e teve reinicio por volta das 14h30. Devido aos problemas causado pela mau tempo durante a semana, a final estava marcada para domingo a noite, mesmo dia das semifinais. E ai que o inesperado aconteceu. Larri Passos, treinador de Fernandes, decidiu que seu pupilo não jogaria a final para evitar uma possível lesão por excesso físico. Aqui vai a frase dita por Larri:
"O Tiago é muito novo e não queria que ele corresse o risco de se machucar, como ter uma lesão pelo cansaço dos jogos desta semana. Infelizmente a chuva atrapalhou e a organização foi obrigada a fazer todos os jogos no mesmo dia. Uma pena, mas o Tiago ainda tem muito chão pela frente".

Minha opinião:
Não vou dizer que a decisão de Larri foi um equívoco. O ex-treinador de Gustavo Kuerten deve ter outros motivos além destes citados na frase acima. Além do mais, Larri sabe, melhor do que nós, o caminho que deve trilhar para formar um excelente jogador profissional.
Por outro lado, acredito que , sem contusão nenhuma, Tiago Fernandes deveria ter entrado em quadra. Tentado ,pelo menos, jogar o 1º set. Se realmente não estivesse em condições, abandonava. Um garoto de apenas 18 anos, disputando sua primeira final, deve ter combustível suficiente para lutar ,pelo menos, uma hora.
Quando li este caso, me veio na mente o duelo de Rafael Nadal e David Ferrer pelas quartas de final do Australian Open 2011. Na ocasião, Nadal estava contudido e disse ao seu treinador que não abandonaria a partida nem "fudendo".
Fernandes respeitou a decisão do treinador. Eu também respeito a opinião de Larri. Porém, eu entraria em quadra. De positivo ( muito positivo !!), fica a bela campanha do campeão juvenil do Australian Open que vem mostrando tudo aquilo que a gente espera dele.

Com esta campanha, Tiago soma 48 pontos e deve figurar perto do 380º no ranking.

sábado, 9 de abril de 2011

Estreia complicada de Bellucci em Monte Carlo


Logo no primeiro torneio de grande porte no saibro, o Master 1000 de Monte Carlo, Thomaz Bellucci não caiu em uma chave fácil.

Já na estreia enfrenta o francês ex-top 10 e atual 23º no ranking, Gilles Simon. Os dois se enfrentaram uma única vez, na segunda rodada do US Open de 2009. Na ocasião, o francês venceu o brasileiro em três sets diretos. Bellucci tem totais condições de vencer Simon mas será uma partida complica. O francês é muito regular no fundo de quadra e varia bastante o jogo. Thomaz terá que ter paciência e com o saque calibrado. Aposto na vitória do brasileiro.

Se Bellucci vencer enfrentará ou o talentoso belga Xavier Malisse ou o espanhol Albert Montanes. Páreo duro independente qual seja o adversário. Caso alcance a terceira rodada, o provável adversário será o britânico Andy Murray.

Chave bem complicada mas é um bom teste para o brasileiro. Em seu piso preferido, Bellucci tem tudo para fazer uma boa campanha e até vencer Murray que está em péssima fase.

Nota: Novak Djokovic não joga. O sérvio, invicto este ano, desistiu de disputar a competição devido a dores no seu joelho. Nole afirmou não estar 100% e que precisa de mais tempo para se recuperar. Com a ausência do nº 2 do mundo, caminho livre para Rafael Nadal erguer seu sétimo título em Monte Carlo. Com a excessão de Roger Federer, não vejo ninguém que possa impedir a conquista do espanhol.

domingo, 3 de abril de 2011

Novak Djokovic, em um novo patamar


Irretocável. É esta palavra que define a primeira parte da temporada de Novak Djokovic. O que já era brilhante, ganhou um toque ainda mais especial neste domingo. O sérvio, mais uma vez, venceu o número 1 do mundo Rafael Nadal na segunda decisão seguida entre ambos e demonstrou que é o melhor tenista da atividade. Djokovic ganhou tudo o que disputou até agora. Australian Open, ATP 500 de Dubai, Master 1000 de Indian Wells e agora o Master 1000 de Miami. Enfrentou todos os melhores tenistas e não teve grandes problemas, com a excessão de Rafael Nadal. Já são 24 triunfos consecutivos e está a apenas uma vitória de igualar o recorde do americano Ivan Lendl.

A decisão de Miami foi a melhor partida do ano até o momento, na minha opinião. Uma batalha de três horas e vinte minutos do mais alto nível de tênis. Nadal e Djokovic proporcionaram um espetáculo para os fans de tênis. O jogo teve todos os ingredientes possíveis para uma memorável decisão. Os dois tenistas comprovaram estar em um patamar acima dos outros, até mesmo de Roger Federer. O ritmo da final foi alucinante. O que se viu foram os dois melhores jogadores do mundo sendo agressivos o tempo todo. Longas trocas de bolas, subidas a rede com precisão e um poder físico e mental muito forte de ambos. E Rafael Nadal cansou. No momento crucial, aquele que jamais cansa, cansou. Por mais estranho e impressionante que seja esta frase, é verdade. O espanhol confirmou este cansaço cometendo uma dupla falta e um erro de devolução de 2º serviço no seu backhand no tiebreak decisivo, o que levou Nole a ter seus 4 match points. O espanhol ainda teve forças para salvar dois mas o sérvio, com um excelente 1º saque, e um belo forehand liquidou a partida. Djokovic mostrou ser o melhor em todos os atributos: técnico,tático e mental. 4/6, 6/3 e 7/6(7-4).

A temporada começa diferente dos últimos anos. Com Novak Djokovic, em um novo patamar, atropelando quem aparece na frente e totalmente determinado a colocar seu nome no posto mais alto do ranking. O triunfo de hoje enche o sérvio ainda mais de confiança para a gira do saibro europeu. Nole tem a consciência que este é o momento para roubar o máximo de pontos possível do espanhol, já que Rafa defende cerca de 7.000 entre o próximo torneio, Monte Carlo, até Wimbledon. Diferente dos últimos anos, no momento é complicado fazer qualquer previsão sobre o futuro da temporada. O tênis agradece.

Nadal x Djokovic, mais uma vez.


Em menos de 15 dias, Rafael Nadal e Novak Djokovic vão se enfrentar em mais uma final de Master 1000, desta vez em Miami. Em confrontos diretos, Nadal tem larga vantagem. Vence por 16 a 8 mas nas partidas em quadras duras, o sérvio lidera por oito a cinco.

O jogo promete ser bem disputado. Longas trocas de bola e com certeza teremos belíssimos pontos. Djokovic segue voando. Tem vencido com muita facilidade todos os seus jogos. Já possui 22 vitórias neste ano e nenhuma derrota. Esta final é fundamental para a pretensão de Nole conquistar o número 1 ranking. Logo após o Master de Miami, a temporada de saibro se inicia e com ela, a grande quantidade de pontos conquistados por Rafael Nadal. Ou seja, Nole precisa da vitória hoje para se aproximar do espanhol no ranking.

Do outro lado da quadra, estará Rafael Nadal que deve entrar mordido devido a derrota no torneio passado e que ainda não conquistou um título este ano. O espanhol terá que ser agressivo o jogo inteiro se quiser impedir o Tsunami Sérvio. Na final em Indian Wells, Nadal começou agressivo, venceu o 1º set mas depois caiu de produção e se limitou a apenas se defender. Ultimamente, quem se restringe a defender contra Djokovic, é pedir pra ficar correndo por todos os lados da quadra até não aguentar mais.

Meu palpite ? Nadal em 2 sets a 1. Não sei se Nole vai aguentar jogar o tempo inteiro no seu limite devido a maratona de jogos que já enfrentou nestes 3 meses de temporada.

A partida começa às 14h.