O Teimoso Federer

Uma maneira interessante de se inspirar para escrever um texto sobre Roger Federer é colocando uma boa música clássica. Por enquanto, começo com o russo Tchaicovsky.

Se não estou errado, este é o 3º texto que escrevo sobre Federer em um pouco mais de uma semana. É até chato para o fan do blog que entra aqui ou até complicado para este blogueiro "falar de novo" do suíço. Porém, não tem outra maneira. Nenhum jogador nos surpreende tanto como Roger Federer. Não só apenas pelo seu currículo irreparável mas também pela sua perfeição ao jogar tênis.

No final do ano, Federer recupera a temporada. Recupera a confiança e mostra pra todos que a palavra "decadência" não consta em seu dicionário. Um defeito que só os gênios possuem. E , graças a este defeito, continuamos a ter o privilégio de ver atuações exuberantes como as desta semana.

Outro defeito que os gênios possuem é de serem teimosos. Federer, por exemplo, teima em reescrever a história. A cada vitória, a cada atuação, a cada conquista, os historiadores são obrigados a reescrever certa página. É por isso que sou contra a biografias antes do fim da carreira.

Hoje, não foi diferente. O teimoso Federer , em sua 100ª final da carreira, conquistou seu 70º título. Não contente o suficiente, anotou a vitória 807ª em seus 13 anos de jogador profissional. Para reescrever ainda mais um pouquinho, Federer se tornou o único tenista a vencer o ATP Finals por 6 vezes desde o início da competição em 1970. O número de títulos derruba toda a tese de que o suíço só venceu neste ano porque Nadal e Djokovic estavam desgastados tanto mental quanto fisicamente.

Roger Federer continua a fazer história. E , pelo visto, ano que vem não vai ser diferente.

Federer Express não pode parar !

Para com isso, Federer !

Eu poderia muito bem começar e encerrar este texto com apenas uma palavra: perfeição.

Poderia repetir também aquilo que eu sempre digo: quando Ele quer, ninguém pode pará-lo.

Adjetivos para Federer não faltam mas somente um esta a altura do seu tênis: perfeição.

O que se viu hoje na O2 Arena em Londres é para se guardar pro resto da vida, contar para os filhos, os netos,bisnetos,amigos etc. etc. Não é todo dia que temos o prazer de ver o maior de todos os tempos. Em 15 games, disparou 28 winners. Ganhou 85% dos pontos disputados com o 1º serviço e não cedeu nenhuma oportunidade de quebra. Não deu a menor chance para Rafael Nadal que nada pode fazer. 6/3 e 6/0 em 60 minutos. O tenista suíço nunca perdeu para o espanhol em quadras indoor. São quatro vitórias em quatro jogos.

Hoje, Federer lembrou o que o Velho Fed fazia no seu auge. Atropelava todo mundo em 1 hora de partida com um bombardeio de winners. Aquele que entre 2004-2006 venceu 247 jogos e teve apenas 15 derrotas.(Via ATP)

O tenista brasileiro Bruno Soares, especialista em duplas, comentou muito bem a partida de hoje em seu twitter: " Nenhum ser humando consegue atingir o nível que o Federer atinge quando está 100%. O que ele fez hoje foi incrível."

Os demais:

Andy Murray que havia perdido a primeira partida para David Ferrer abandonou o ATP Finals por conta de uma lesão na virilha. Em seu lugar, entra o número 9 do mundo o sérvio Janko Tipsarevic. No grupo A, Djokovic teve que salvar match point mas venceu Tomas Berdych e está na segunda posição atrás do espanhol David Ferrer devido ao set perdido.

No grupo B, com a vitória em cima de Nadal, Roger Federer já se garantiu nas semifinais. Tsonga venceu Mardy Fish e tem um confronto direto contra Rafa Nadal valendo a segunda vaga para próxima rodada.

nota: a frase do título é um bordão bastante utilizado pelo comentarista e ex-tenista brasileiro Dácio Campos.

ATP Finals 2011

Neste domingo, começou o último torneio da temporada. O ATP Finals 2011 realizado novamente em Londres reúne os 8 melhores jogadores da temporada e é disputado no formato Round Robin. Os jogadores são divididos em dois grupos e jogos todos contra todos. Os dois melhores de cada grupo se classificam para as semifinais.

Em um grupo ficou: Rafael Nadal, Roger Federer, Jo-Wilfried Tsonga e Mardy Fish. No outro: Novak Djokovic, Andy Murray, David Ferrer e Tomas Berdych.

Na primeira partida do torneio entre o suíço Roger Federer e o francês Tsonga, deu a melhor para o atual campeão. Federer teve trabalho para vencer o número 6 do mundo. Apesar das dificuldades contra o adversário, o torneio favorece as características de Federer. Em quadra Indoor, o suíço é um dos mais especialistas da história do tenis. Parciais de 6-2, 2-6 e 6-4.

A segunda partida, também pelo mesmo grupo, ocorreu entre o espanho Rafael Nadal e o americano Mardy Fish. O Toro Miúra teve muito trabalho para bater o estreante em ATP Finals. Em quase 3 horas de partida. Nadal marcou 6-2, 3-6 e 7-6(3). É bom lembrar que Rafa nunca conquistou um título do ATP Finals.

Nesta Segunda Feira, ocorre os jogos do outro grupo. O tenista da casa, Andy Murray, enfrenta o também espanhol David Ferrer. Na sessão noturna, o número 1 do mundo Novak Djokovic estreia contra o tcheco Tomas Berdych. O ATP Finals é perfeito. Só jogos imperdíveis.

Tênis no Brasil:

Neste final de semana, ocorreu dois belos eventos no Brasil. Em São Paulo, realizado pela empresa Koch Tavares, teve o ATP Challenger Finals. O torneio reúne os jogadores que mais somaram pontos em torneios nível Challenger e um representante do país anfitrião, na ocasião, Thomaz Bellucci que decepcionou mais uma vez. Em um torneio em que o atleta de mais alto ranking era 70, o paulista , nº 37 do ranking, tinha a obrigação de atropelar. Porém, não foi o que aconteceu . Bellucci caiu na semifinal para o israelense Dudi Sela (83º). O mesmo jogador o eliminou no US Open deste ano. Quem saiu campeão foi o alemão Marcel Steve, atual 81º do mundo.

Lá no Rio de Janeiro, teve mais uma edição do Rio Champions Tour realizado pela Try Sports. O evento contou com estrelas como Carlos Moyá, Gaston Gaudio, Goran Ivanisivic, Nicolas Lapentti além dos brasileiros Fernando Meligeni e Marcos Daniel. Na decisão, o espanhol Carlos Moya levou a melhor diante do croata Ivanisevic. Após a finalíssima, veio a melhor parte do evento. Gustavo Kuerten em quadra para jogar uma exibição contra o espanhol Alex Corretja. Uma reedição da decisão de Roland Garros e 2001 quando o Manézinho da Ilha conquistou o Trio no Aberto da França. Mais uma vez, Guga saiu vitorioso. Parciais de 6-3, 3-6 e 10-7. Pra sempre Guga !!!

O Velho Federer

Senhoras e Senhores, Roger Federer em quadra.

Dia atípico no mundo do tênis. Roger Federer disputa um título inédito. Pela primeira vez na final do Master 1000 de Paris, o suíço joga contra o dono da casa e algoz em Wimbledon, o francês Jo-Wilfried Tsonga. Porém, logo no começo da partida percebemos que é o Velho Fed em quadra. Rapidamente, fecha o 1º set por 6/1.

Começa a segunda parcial. Bem mais disputada que a anterior. Tsonga começa a se soltar e se torna um perigo. O tiro que sai de seu forehand já causou muitos estragos ao suíço. Só esqueceram de avisar ao francês de que hoje é o Velho Fed. Com 88% dos pontos ganhados no 1º serviço, Fed parte parte o tiebreak do segundo set confiante. No primeiro Match Point, converte e leva o título inédito. O 18º troféu de Master.

Uns alegaram o cansaço de Tsonga que vinha de um jogo de quase 3 horas no dia anterior. Eu não vejo assim, não quando é o Velho Fed do outro lado. Aquele que ganha jogos rápidos, dispara tantos winners que chega a irritar quem gosta de trocas de bolas. Aquele que vence o torneio sem perder nenhum set e parece não suar.

O Velho Fed, o Leão da Montanha, ainda nos presenteia com o exuberante tênis apresentado esta semana. Ele não está decadente. Roger Federer nunca estará decadente.

Pois todo jogo depende dele.

Só dele.

Quando ele quer, ninguém consegue pará-lo.

ps: no site da ATP, tem os melhores momentos da partida para quem não viu. Prestem atenção ao 1minuto e 50. Outro ponto mágico de Federer.

Menos de um ano

No post anterior, comentei que a parceria entre Thomaz Bellucci e Larri Passos com quase um ano de duração não havia rendido o esperado. Muito menos do que o previsto, diga-se.

Hoje, o tenista brasileiro anunciou o fim da parceria. Com exatos 338 dias, Bellucci opta mais uma vez pela troca de técnico. O real motivo dessa decisão ainda não sabemos mas, obviamente, a falta de resultados pressionou ao atleta a tomar esta decisão.

Quando Thomaz demitiu seu ex-treinador, João Zwestch, afirmou que faltavam técnicos gabaritados no Brasil e mencionou apenas João e Larri como os únicos capacitados. Porém, nem o treinador Tri-Campeão de Roland Garros conseguiu fazer a carreira do número 1 do Brasil deslanchar.

Parece evidente que os dois estilos não se bateram. É bom relembrar que mais uma vez não cabe a comparação entre Guga e Bellucci, pois Larri "criou" o Manézinho da Ilha enquanto com Thomaz já pegou um tenista formado.

O maior problema de Bellucci continua sendo a parte mental. Infelizmente, nem Larri conseguiu dar um jeito nisso. E dúvido (apesar de torcer muito) que outro treinador consiga resolver 80% disso. É algo que o jogador tem que mudar, uma característica dele que na hora da decisão tem de aparecer. Inúmeras vezes, vimos o nosso número 1 "entregar" um jogo e ,obviamente, todos os ex- treinadores conversavam sobre isto com ele.

Futuro? Sinceramente, não dá pra prever futuro algum. Nem afirmar com certeza se Bellucci errou ou acertou na decisão. É claro que a sensação de que ele errou é muito maior.Todavia,a decisão é dele. Naquele momento, julgou o que seria melhor para sua carreira. Até o final do ano deve anunciar um novo treinador e muito provavelmente será estrangeiro.

Thomaz joga o ATP Challenger Tour Finals em São Paulo, torneio em que o título é praticamente obrigatório devido a qualidade dos adversários.

Inacreditável ?

Pela quarta vez seguida, Thomaz Bellucci foi eliminado na estreia também por um jogador de ranking inferior ao seu. O paulista venceu o 1º set por 4/6 mas permitiu a virada do norte-americano Alex Bogomolov por 7/6(5) e 6/2 em 2h13 de partida.

Em três de suas últimas quatro partidas ,a derrota de virada. Perdeu para Dmitry Tursunov, Jarkko Niemenen e agora para Bogomolov. O segundo semestre de Bellucci tem sido mais que decepcionante. O paulista contabiliza um total de quatro vitórias sendo duas em Copa Davis. Após o US Open, apenas o triunfo diante de Igor Andreev pela Davis. Do resto, apenas derrotas.

O que por um momento era inacreditável, hoje passou a ser mais que aceitável. Ninguém se surpreende mais com as derrotas do tenista canhoto. Infelizmente, sua cabeça não acompanha o nível que pode acontecer. Bellucci tem talento para estar entre os top 20 mas não consegue de maneira nenhuma colocar os parafusos no lugar. Hoje, no terceiro set, Thomaz entregou a partida. Expressão desanimada de quem queria ir embora o mais rápido possível.Deste jeito, o máximo que pode fazer é ficar no top 50.

O ano do tenista brasileiro praticamente terminou. Em seu calendário, só resta o ATP Challenger Tour Final em São Paulo. Torneio que é realizado por seu patrocinador e entra convidado, já que pelas regras da ATP um jogador com seu ranking não pode disputar Challengers. É, disparado, o favorito para ser campeão mas quem dúvida que aconteça mais uma decepção ?

Torço para o Thomaz e ainda confio que dá pra melhorar com toda a certeza. Porém, a parceria entre Bellucci e Larri já está prestes para completar 1 ano e com certeza o resultado esperado não foi obtido. O atual 38º do ranking deu lampejos durante a temporada, principalmente no Master 1000 de Madri. Do resto, apenas derrotas bem dolorosas. Que o brasileiro aprenda com os (bastantes) erros deste ano e nos volte a trazer felicidades. Ainda dá tempo !

Pitacos da Semana

Penta: o suíço Roger Federer conquistou o pentacampeonato do ATP 500 da Basiléia. Na sua terra natal, Federer encerrou um jejum de 10 meses sem título. O último conquistado foi o ATP 250 de Doha em Janeiro. Na decisão, o Leão da Montanha bateu o japonês Kei Nishikori por 6/1 e 6/3. Foi o 68º título do ex-número 1 do mundo. "Estou com fome e animado", disse Federer na entrevista após a partida. Vamos Roger, o mundo do tênis precisa de você !

Pneu: o japonês Kei Nishiroi surpreendeu a todos com a vitória em cima do número 1 do mundo, Novak Djokovic, na semifinal do torneio na Basiléia. Venceu de virada e ainda aplicou um pneu no terceiro set. Parciais de 2/6, 7/6(4) e 6/0. É a melhor temporada do japonês que aparecerá na 25ª posição, o melhor ranking da carreira.

ATP 500 de Valencia: na chave de simples, o espanhol Marcel Granollers causou surpresa com o tênis sólido apresentado e se sagrou campeão vencendo na final o argentino Juan Monaco. É o terceiro título da carreira do espanhol. Durante o torneio, o 34 do mundo teve que superar Gael Monfils e Juan Martin Del Potro até chegar à decisão.

Dupla brasileira: os mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares fizeram boa campanha no ATP de Valencia mas pararam na dupla número 1 do mundo, os americanos Bob e Mike Bryan. Com a derrota por 7/6(2) e 6/1, a dupla brasleira tem pouquíssimas chances de se classificar para o ATP Finals.

Master 1000 de Paris: nesta semana começa o último torneio nível Master do ano realizado em Paris. O brasileiro Thomaz Bellucci estreia nesta segunda feira contra o americano Alex Bogomolov por volta das 12h30. O torneio não contará com Rafael Nadal que decidiu se poupar. Djokovic e Murray também não estão 100% fisicamente, o que vale um certo favoritismo para Roger Federer.

ATP Finals: ainda restam 3 vagas para a disputa do ATP Finals em Londres, torneio que reúne os 8 melhores da temporada. A ATP chegou a anunciar que Tomas Berdych se classificara, porém, reconheceu o erro e postou uma nota dizendo que o tcheco ainda não tem vaga garantida. Muito provavelmente as três vagas restantes serão de Tomas Berdych, Jo Wilfried-Tsonga e Mardy Fish.

Fed Cup: na "Copa Davis feminina", a República Tcheca se sagrou campeã. Contra uma Rússia sem Vera Zvonareva e Maria Sharapova, as Tchecas garantiram o título apenas na partida de duplas. Destaque para a número 2 do mundo, Petra Kvitova, campeã de Wimbledon que venceu seu jogo em simples e levou o duelo para decisão em duplas. Temporada espetacular da tcheca !